sexta-feira, setembro 14, 2007

Entradas e saídas

Mais um verão passou. Com os seus piques de calor e os seus ligeiros aguaceiros, lá se acabou. Com aqueles ventos quentes durante o dia e aquelas noites fresquinhas, lá se aguentou. Era estranho porque lembro-me que ao principio estava firmemente oposto a gozar "férias" durante esta época estival. Mas algumas vozes ergueram-se foram mais fortes que a minha teimosia e lá decidi ir de férias. Mesmo assim, ia com um sentimento de que não iam correr da melhor maneira. Mas forçar eu fui de notar que até correram como habitualmente, ainda assim com umas desilusões pessoais que me abalaram durante um tempo. Nesse momento de férias senti-me mais em paz comigo, mais confiante. Alias, fiquei mas só durante esse período de férias.

Tive a emoção de reunir de novo a "Irmandade" (os meus manos, ou seja os meus amigos do peito) , coisa que já não acontecia há uns anos valentes. Voltei a a viver cenas e situações malucas, a ser espectador e protagonista de piadas e gargalhadas. Era como antes, cada um esqueceu os seus problemas (quem os tinha), as suas dores de cabeça, as suas obriçoes e regressamos à época onde eramos uns meninos da Terra do Nunca mas do lado do piratas, uns palhaços candidos ja fora de moda, fora dos tempos. Mas que se lixe a moda e os tempos já que estamos felizes! Soube-me bem aquele elixir da juventude.

Além disso tive a sorte de conhecer pessoas espectaculares que me aceitaram praticamente desde a primeira vez no circulo deles. Não pensava que ainda havia artigos deste género aqui na Terra. Ao principio reservado, depois tímido, e em seguida animado, chegaram aos poucos a por-me à vontade para com eles. É estranho como certas pessoas conseguem fazer abstracção do que somos, de onde viemos, dos nos gostos e ver em nos o que realmente valemos e temos para dar. Até ajudaram, estava num mau momento. Nem sei, no momento em que tive de me separar deles, quantas vezes lhes disse obrigado. Foram refrescantes, e ainda bem para mim. Esperam que o sejam por muitos anos. So espero não me ter enganado quanto a eles.

Agora, também tive de lidar com pessoas conhecidas que me decepcionaram muito. Pois é... Neste mundo também existem pessoas sem a mínima consideração para com os outros e hipocritas ao maximo. E ainda teem a pouca vergonha de voltar a falar comigo como se nada se tinha passado. Enfim... A vida, às vezes, tem uma forma curiosa de nos mostrar as diversas facetas do ser humanos. É mesmo paradoxal: pessoas que não conhecia de lado nenhum aconselharam-me como se fosse já deles e outras, mais intimas, conhecidas há mais tempo, a quem lhes contei tudo sobre mim, jogaram-me fora como um vulgar lenço de papel. Exactamente isso... Lenço que se usa uma vez e que se deita fora com uma total indiferença e desenvoltura.

Enfim... Antes quisesse que fosse ao contrario. Mas não podemos mudar os outros, menos aqueles que nos têm no coração. Mais uma magoa aqui para o rapaz. Não faz mal só magoou o tempo de uma garrafa de uísque. A cicatriz é que ainda dói.

"Melhores momentos virão, acredita." Pois haverão de vir... Só espero que não se atrasem e venham pouco antes do fim.

3 comentários:

Moura ao Luar disse...

Há de tudo neste mundo, do bom e do mau... aprender com o mau e valorizar o bom, acho que é esse o caminho. Beijo

açoriana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
açoriana disse...

A vida, (in)felizmente, é assim mesmo: com momentos bons, que nos parecem sempre durar pouquíssimo tempo, e momentos menos bons cheios de dificuldades, tristezas, desilusões, dores...
Para alguns o trajecto parece ser menos sinuoso que para outros... contudo, há sempre alguém que nos acompanha, nos dá a mão para nos levantarmos após a queda e nos puxa para trás quando a única alternativa não parece ser outra senão atirarmo-nos de uma falésia...


"Num mundo que parece tão virado do avesso, penso que só não nos sentimos perdidos se, em tudo o que fazemos, procurarmos olhar para mais alto e mais longe.
Acredito que, assim, poderemos ser iluminados pela luz que brilha no nosso interior também quando todas as luzes exteriores estiverem apagadas. Sentir-nos acompanhados, acarinhados e amados mesmo que ninguém nos acarinhe nem ame.
E que, assim, a vida nunca nos saberá a absurda, por absurda que tanta coisa nos pareça."
[Maria José Costa Félix]

Espero que, muito em breve, os ventos de mudança soprem favoravelmente o teu barco...

E lembra-te que não estás sozinho!

Um beijo