quinta-feira, maio 03, 2007

Tão grande e tão so...

Esta a começar a estar melhor o tempo... Depois de um inverno rigoroso e frio, os dias melhores estão a voltar. Voltam devagar mas voltam... As mudanças são logo visivéis. Na rua as pessoas ja não estao camufladas num fardo de roupa, estão mais descontraidas e o rosto delas muda para a positiva. Um raio de sol aparece, uns meros gramas de polen espalham-se pelo ar e é logo um desfile de camisolas de manga curta, calções, boinas e oculos de sol. Ja se ouvem também crianças a gritar na rua, a chamarem uns pelos outros para receber a bola, a rirem-se com as bombas de agua mandadas e recebidas... Estamos no bom caminho, o tempo bom esta a voltar...
Com o calor, volta também aquele cheiro muito caracteristico das férias. E de facto, o mais estranho é que as férias não teêm cheiro, mas a passear numa tarde estival como hoje surpreendi-me a esticar o pescoço e cheirar... Estava eu em busca de algo que me confirmasse o regresso das ferias? Não! Claro que não!
Férias não teêm cheiro, é obvio! Mas, para me aliviar de tal acto de loucura, resolvi pensar que estava à procura de um cheiro que me fizesse pensar nasférias. E isso, deve ter sido isso que fiz inconscientemente. Então, como pode ser isso? Lembrar-me de um cheiro de férias anteriores? Não... então estão a chegar novos dias de verão, novas férias e estou a tentar relembrar um cheiro de férias passadas? Não, isto não é logico este tempo de regenéração da natureza é incompativél com a nostalgia de férias passadas... Enfim, la prosegui o meu caminho pensando nesta estranha conclusão... E rindo do meu acto sem logica. Pois, porque as unicas emanações que captei foram os gazes dos automovéis, e os cheiros de olheos fritos dos snacks repletos de pessoas simplemente pelo facto que estes locais teem esplanada... "Grande captação" pensei eu...
Estava eu a ir ter com o pessoal, atrasado como sempre, a andar com aquele comportamento apressado de semana e aos "zig-zag" perante uma multidão evidentemente muito mais calma do que eu. Quando cheguei ao ponto de encontro, encontrei com alguma admiração o sitio vazio dos meus amigos. Normalmente, o que acontece é que ao chegar recebo em vez de cumprimentos e beijos de saudação, uns apoupos poucos amigaveis relativos ao meu atraso... Tento sempre de dar uma explicação credivél mas, vão là saber porquê, nunca acreditam... E as vezes é verdade! Chego atrasado porque aconteceu mesmo um imponderavél... Ja não tenho desculpa...
Muito safisteito de ter chegado primeiro e ter chegado "à hora", puz-me então à esperar da iminente chegada dos meus colegas... Estava là no meio da praça olhando para as pessoas passando com alg
uma pressa, as vezes tentando ouvir o tema de conversa de um grupo que passava perto de mim. E de repente, senti-me observado... uma sensação estranha de um olhar pesado posto em mim, uma sensaçao quase palpavel: até me pesava nos ombros. Curioso, virei-me e la estava ele a olhar para mim. Não era um olhar com màs intenções, era um olhar de suplicio, um olhar que por vezes até me falava: "olha para mim, estou aqui, existo!"
Sentada na beira de uma janela, esta monstruosa estatua pedia unicamente que olhassem para ela. Com medo de estrovar,tinha os pés encolhidos e os joelhos ao pé da boca...
Aparentemente triste, olhei para ele e senti aquele desespero de quem esta so no meio de tanta gente.
Acontece-nos umas vezes na vida: apesar de estarmos rodeados de pessoas temos aquela sensação de que ninguém toma atenção em nos, ninguém nos percebe e nos apoia. Aquela sensação de sentir que ninguém esta aqui para nos, mesmo quando menos precisamos. E de repente passei de uma pessoa totalmente indiferente ao monstro, a uma pessoa dom compaixão para ela. Naquele momento senti-me em sintonia com a pena e o desespero dele, acabando também por ressentir a solidão e a tristeza de uma pessoa so, que precisa dos outros para se sentir viva. Puz-me então a refletir sobre mim, a minha vida e o que fiz até agora. E cheguei à conclusão que eu também no fundo era uma pessoa so e triste... Passei então a odiar esse boneco gigante...
Porque é que ele me fez isso!!! Sera para ele a unica maneira de mostrar que existe, mostrando a que ponto uma pessoa sente-se so? Mostrando que nao é so ele que esta nesta situação?
Ultimamente, também é verdade que tem sido assim... tenho sido posto à parte por varias pessoas que pensava que eram amigas. Pior até, que se diziam amigas... O meu orgulho leva-me ainda por cima a não me rebaixar e contacta-las. Tudo bem... Se não quiserem falar que não falem, mas esquecem-se que isso magoa muito sobretudo não sabendo o porquê do afastamento.
Se calhar arranjaram algo de mais interessante que um amigo... Malvado sitio! Malvado monstro! Odeio-te! A tarde tinha começado tao bem, e apareceste-me aqui pendurado a uma janela transmitindo a tuas emoções deprimintes...
De repente, chegaram... Finalmente, os meus colegas estavam ca... cumprimentei-os com um carinho atipico para mim, se calhar aliviado por realizar que tenho amigos... Finalmente, omonstro enganou-se.
Ao partir, virei-me para ele e pensei : "Vês! Não so como tu. Posso sentir-me so, mas nunca serei abandonado. Terei sempre um amigo do peito e que, ao contrario dos que se gabam ao dizerem-se amigos, fazem tudo para o me fazer sentir"

Para a pequena historia, desta vez cheguei a horas ao encontro porque os meus colegas tirevam a boa ideia de me dar um horario de encontro adiantado de 20 minutos ao horario realmente planeado.... Os marotos... Os amigos...































2 comentários:

Anónimo disse...

por vezes é quando mais precisamos dos amigos que eles se afastam, será que sao mesmo amigos, acho que esse sao mais os conhecidos, só lá estao quando estamos bem, quando estamos pior nao tem tempo para nós. É triste que as pessoas sejam assim, mas enfim...

beijinho
Cláudia
http//www.clautixa.blogspot.com

Sei que existes disse...

A amizade é um dos bens mais preciosos que existe neste vida!
Beijocas